Classe energética de Pavilhões Desportivos

Classe energética de Pavilhões Desportivos

 

Em Pavilhões Desportivos não é muito fácil conseguir-se eficiência energética, ou seja, uma boa classe energética, pela especificidade de utilização deste tipo de equipamentos: jogos – com utilização pontual a 100% com elevadas cargas térmicas de iluminação e pessoas; treinos – utilização regular com menos requisitos em termos de conforto térmico, mas com requisitos da qualidade do ar e necessidades de AQS; e na maior parte do tempo são utilizados apenas algumas zonas destes edifícios, como secretaria, museus, ou lojas. Isto faz com que seja extremamente difícil alcançar uma boa classe energética, mas há alguns itens que podem ser estudados de forma um pouco mais cuidada para lá chegar.

O problema começa na fase de projeto, em que há a tendência para se utilizarem sistemas conhecidos, associado à frequente falta de tempo que condiciona o estudo de novas soluções que podem ir mais de encontro à satisfação do conforto e da eficiência energética.

 

Quando se projeta um edifício deste tipo, que se pretende que tenha uma larga vida útil, pelo menos 50 anos, ou quando se efetua uma requalificação deste tipo de complexos desportivos, há cuidados a ter que começam na arquitetura, passam por configuração de sistemas, equipamentos e iluminação eficientes, introdução de energias renováveis, mas principalmente prever sistemas de controlo muito eficazes.

Assim ao nível da arquitetura, um dos pontos chave a ter em atenção é a questão da iluminação, que deve ser potencialmente natural mas sem conduzir a ganhos excessivos na estação de arrefecimento, ou seja,  há que prever abertura de vãos exteriores que permitam a entrada de luz natural, mas que sejam dotados de sistemas de sombreamento móvel (preferencialmente controlados de forma automática) ou estratégias arquitetónicas de sombreamento que evitem esse sobreaquecimento. Salienta-se que a envolvente opaca não tem grande peso no que diz respeito às perdas, uma vez que o problema deste tipo de edifícios é com o arrefecimento e não com o aquecimento, já que para os atletas o ambiente estar a 16ºC não constitui um problema, mas poderá já existir caso a temperatura ambiente ultrapasse os 24ºC.

No que diz respeito aos diversos sistemas técnicos, como de climatização, ventilação, elevadores e iluminação, existem basicamente três pontos-chave a atender:

  • Layout adaptado à arquitetura, aos requisitos dos vários espaços, e localização das necessidades de conforto (exemplo: para quê arrefecer todo o volume de ar do local se as pessoas é que têm necessidades de conforto);
  • Todos os equipamentos destes sistemas técnicos devem ser mais eficientes e, com menor quantidade de energia utilizada seja alcançado o conforto e/ou o fim a que se destinam;
  • Introdução de sistemas de energia renovável como sistemas solares fotovoltaicos, eólicos, solares térmicos ou biomassa (por exemplo caldeiras para AQS), etc.

Mas é ao nível dos sistemas de controlo que se pode efetivo na redução da utilização de energia utilizada como por exemplo: reguladores de fluxos luminosos por disponibilidade de luz natural ou por ocupação; caudais de ar novo controlados por sondas de CO2; sistemas climatização com controlo em função da ocupação, etc.

Estes sistemas de controlo vão por exemplo conduzir a que o sistema de ventilação (renovação do ar) seja regulado de forma a garantir uma boa qualidade de ar interior quer nos momentos em que o pavilhão está ocupado com público ou apenas com atletas em treino.

Tudo isto vem espelhado nos requisitos regulamentares previstos na ampla legislação do SCE . Mas há que distinguir os requisitos mínimos regulamentares (mínimo que se tem de garantir – classe B-), do que se entende ser o objetivo em termos de desempenho energético para o edifício em questão. E com toda a certeza haverá um custo económico de investimento inicial (projeto e obra) que poderá não justificar a curto prazo classe almejada.

O grande desafio consiste em conciliar todos estes interesses para se chegar, não ao melhor edifício, mas ao melhor edifício possível.

 

Eng. Patrícia Ferreira Botelho

Formadora da ADENE / PIFB  Engenharia, Lda

Columbus
Terça-feira
main-weather-icon
22°
céu limpo
clouds-icon
Nuvens0%
humidity-icon
Humidade72%
wind-icon
Vento3m/s
Qua
Min21°
Max29°
Qui
Min19°
Max25°
Sex
Min18°
Max24°
Sáb
Min16°
Max28°

Próximos Eventos

  • Chillventa 2024
    08-10-2024